A história da marca Dolce & Gabbana: A origem do ícone da moda italiana
- Mahyana Nascimento
- 19 de ago. de 2024
- 9 min de leitura
Atualizado: 7 de jul.
Conheça a história fascinante por trás da Dolce & Gabbana, a marca que se tornou um verdadeiro ícone de sofisticação e ousadia no universo da moda.
Em um mundo onde a moda é efêmera e as tendências se transformam a cada estação, a marca de luxo Dolce & Gabbana se destaca como um ícone que exala a vibrante energia da cultura mediterrânea, traduzindo o luxo e a sensualidade em cada detalhe. Com coleções que celebram as cores, a paixão e o estilo de vida do sul da Itália e com uma história rica em criatividade e ousadia, a marca italiana conquistou o coração de fashionistas ao redor do globo, tornando-se sinônimo de sensualidade.

Quem foram Domenico Dolce e Stefano Gabbana? A história dos criadores
Domenico Dolce nasceu em 13 de agosto de 1958, em Polizzi Generosa, na Sicília, Itália. Filho de pais que trabalhavam na indústria têxtil, Domenico desde cedo demonstrou um talento natural para a moda. Antes de fundar a Dolce Gabbana, Domenico trabalhou como aprendiz em um ateliê de costura, aprimorando suas habilidades técnicas e criativas para transformar ideias em peças de alta-costura.
Stefano Gabbana, por sua vez, nasceu em 14 de novembro de 1962, em Milão. Filho de um fotógrafo e de uma dona de casa, Stefano também demonstrou interesse pela moda desde jovem. Antes de se dedicar à carreira de estilista, Stefano trabalhou como ilustrador gráfico.

A dupla se conheceu no início dos anos 80 e, em 1985, fundaram a Dolce & Gabbana. A parceria entre os dois foi marcada por uma grande sintonia criativa, talento e visão arrojada. A vida pessoal de ambos os estilistas é bastante privada, embora tenham sido um casal por muitos anos, Domenico Dolce e Stefano Gabbana não se casaram oficialmente e não tiveram filhos juntos.
Origem da Dolce & Gabbana: Como a marca Foi criada
A história da Dolce & Gabbana começa em 1980, em Milão, quando os jovens Domenico Dolce e Stefano Gabbana, ambos com origens distintas no mundo da moda, decidiram criar algo único. Inicialmente, os dois trabalharam como assistentes de moda antes de fundar a própria marca.
Em 1982, abriram um estúdio de consultoria de estilo, onde começaram a esboçar suas primeiras ideias. Foi nesse ambiente criativo que começaram a desenvolver suas criações inovadoras. Em 1985, lançaram oficialmente a primeira coleção feminina da marca, que imediatamente chamou a atenção pela ousadia e pela fusão do tradicional com o contemporâneo.
As peças não apenas destacavam a sensualidade, mas também traziam uma forte influência da cultura mediterrânea, especialmente da Sicília, terra natal de Domenico Dolce. A coleção feminina de 1985 foi um marco importante, pois destacou a capacidade de criar peças que mesclavam o glamour com a sensualidade, algo que se tornaria uma assinatura da marca. A marca logo se consolidou como um símbolo de luxo, com uma estética inovadora que colocou a marca no radar da moda internacional.
Ascensão da Dolce & Gabbana: da passarela de Milão ao mundo
Em 1985, Domenico Dolce e Stefano Gabbana estrearam na Semana da Moda de Milão com a coleção “Real Women”, posteriormente conhecida como “Donna Donna”. Ao contrário da estética ultraconceitual que dominava as passarelas da época, a dupla trouxe mulheres reais para o desfile, com curvas marcadas, vestidos de renda e referências viscerais à Sicília. Essa escolha ousada, inspirada na feminilidade sensual das divas do cinema italiano, conquistou a crítica e selou o DNA da marca: intensa, sensual e profundamente mediterrânea.
No ano seguinte, em 1986, os estilistas lançaram oficialmente a primeira coleção masculina, demonstrando que seu olhar criativo também dialogava com a elegância e a ousadia no guarda-roupa dos homens. A resposta do mercado foi imediata e positiva. Nos anos 1990, a marca deu um salto definitivo rumo ao estrelato internacional, e em 1992 lançar sua primeira fragrância: o icônico Dolce & Gabbana Pour Femme, que rapidamente se tornou um símbolo olfativo do luxo italiano.
Pouco tempo depois, vieram os óculos, relógios, bolsas e até uma linha de roupas infantis. Cada novo produto reafirmava o compromisso da marca com o estilo de vida sofisticado e teatral. Além da moda, a maison se tornou referência em desfiles performáticos e campanhas marcantes. As celebridades mais influentes da época, como Madonna, Monica Bellucci e Naomi Campbell, tornaram-se musas e defensoras da grife, impulsionando a visibilidade global da marca.
Maiores polêmicas e escândalos da Dolce & Gabbana
A trajetória da grife também foi marcada por controvérsias que abalaram sua imagem internacional. Em 2018, a marca enfrentou um dos maiores escândalos de sua história após a divulgação de uma campanha publicitária na China com vídeos considerados ofensivos por retratarem estereótipos culturais.

A crise se agravou com comentários de Stefano Gabbana, vazadas em mensagens privadas, que foram interpretadas como racistas e supostamente depreciando a cultura chinesa. O episódio gerou um boicote imediato no país, com celebridades, consumidores, influenciadores chineses e grandes plataformas de e-commerce cortando relações com a grife. E um grande desfile em Xangai que foi cancelado.

Os estilistas se pronunciaram em um vídeo público pedindo desculpas, mas o episódio deixou marcas profundas na reputação da empresa na Ásia, um dos maiores mercados de luxo do mundo. Antes disso, em 2015, a dupla já havia causado repercussão ao se posicionar como conservadores contra a adoção por casais homoafetivos e a fertilização in vitro, declarações que provocaram reações públicas de diversas figuras internacionais, incluindo Elton John, e resultaram em campanhas de boicote à marca.

Outras polêmicas envolveram o uso de termos considerados ofensivos em campanhas e entrevistas, além de uma postura provocadora nas redes sociais. Além das polêmicas, a marca Italiana também enfrentou problemas legais. Em 2014, foram acusados de sonegação fiscal na Itália, mas acabaram sendo absolvidos pela Suprema Corte após anos de disputa judicial.
Apesar das turbulências, a marca sobreviveu e permaneceu relevante. Sem tentar suavizar sua postura ousada, a D&G reformulou sua comunicação e tentou se aproximar de novos públicos.
A estética da Dolce & Gabbana: Estilo e identidade visual
Com uma assinatura visual inconfundível, a marca transformou o imaginário da moda ao exaltar o drama, a paixão e o luxo da cultura italiana, especialmente da Sicília. Sua estética é um tributo à sensualidade feminina, ao exagero elegante e ao esplendor barroco que foge do minimalismo previsível.
A marca celebra o corpo com orgulho: vestidos ajustados, corsets estruturados, alfaiataria com curvas e estampas icônicas como o animal print se tornaram símbolos do seu estilo exuberante. Essas peças não seguem tendências, elas impõem presença. O trabalho artesanal é uma de suas maiores heranças — bordados minuciosos, rendas aplicadas à mão e tecidos nobres traduzem uma moda feita para durar.

Mas o olhar da marca vai além do passado: Dolce & Gabbana também abraça a inovação com ousadia, explorando novas tecnologias e materiais com sofisticação. Essa combinação entre opulência e identidade forte se reflete em campanhas provocantes e cinematográficas, que causam, encantam e permanecem na memória. A estética da D&G não é discreta, ela é feita para ser sentida.
Símbolos, elementos e logotipo da Dolce & Gabbana
A Dolce & Gabbana construiu sua identidade visual a partir de símbolos profundamente ligados à cultura siciliana, à família e à paixão pela vida. Ao longo dos anos, esses elementos foram cuidadosamente escolhidos e reinventados, tornando-se a assinatura da marca e criando uma forte conexão com seus clientes. Entre os principais símbolos da marca, estão:
Logotipo "D&G": As iniciais dos fundadores, Domenico Dolce e Stefano Gabbana, são representadas por uma tipografia simples e elegante, que transmite modernidade e atemporalidade, refletindo o luxo acessível da marca.
Cores do logotipo: Predominam o preto, que simboliza poder e prestígio, o branco, que traz simplicidade e minimalismo, e o dourado escuro, que evoca riqueza e sofisticação.
Coroa: Em algumas versões do logotipo, uma coroa é adicionada, representando a realeza e o prestígio da marca.
Coroa de Louros: Outro símbolo presente em variações do logotipo, evocando a herança e a glória sicilianas, conectando a marca à sua rica história.
Rendas e Bordados: Usados frequentemente nas coleções, representam delicadeza, sensualidade e tradição, com uma forte ligação à feminilidade.
Madonas: A figura da Virgem Maria é usada como símbolo de fé e proteção, refletindo a devoção e a cultura religiosa siciliana.
Rosários: Adicionam um toque de espiritualidade e tradição aos looks, continuando a conexão com a fé e a tradição da região.
Leopardo: Um clássico da moda, o estampado leopardo adiciona um toque de sensualidade e wildness, refletindo a ousadia da marca.
Carruagens: Símbolo da história e tradição siciliana, as carruagens evocam romantismo e nostalgia, elementos caros à Dolce & Gabbana.
Bandeira Italiana: As cores verde, branco e vermelho, presentes na bandeira italiana, são frequentemente usadas em detalhes como etiquetas, forros e estampas, celebrando o orgulho nacional.
Estampas: Motivos como pizzas, massas, frutas cítricas e florais são usados para transmitir a alegria e a paixão pela vida, características fundamentais da Dolce & Gabbana.
Cores Vibrantes: As cores vermelho, amarelo e azul são inspiradas pela natureza e pela cultura siciliana, adicionando vitalidade e energia aos designs da marca.

Celebridades que usaram Dolce & Gabbana e gostam da Marca
A maison tem uma longa história de colaborações com celebridades que ajudaram a consolidar sua imagem no cenário da moda internacional. Abaixo, apresento uma lista com algumas das parcerias mais notáveis:
Madonna: Protagonizou as campanhas de primavera/verão de 2010 e outono/inverno de 2010. Em março do mesmo ano, lançou com a marca a linha de óculos de sol MDG, a primeira colaboração co-branded da Dolce & Gabbana.
Monica Bellucci: Foi o rosto da campanha de primavera/verão de 2012 e lançou a coleção limitada de batons “Monica Lipstick Collection” no mesmo ano. Sua relação com a marca remonta aos anos 1990.
Sophia Loren: Estrelou a campanha do perfume Rosa Excelsa em 2016, interpretando uma matriarca italiana em um vídeo dirigido por Giuseppe Tornatore.
Scarlett Johansson: Usou um vestido Dolce & Gabbana no Met Gala de 2012 — um modelo nude com cristais e bordados dourados, que se destacou no tapete vermelho.
Angelina Jolie: Em setembro de 2024, vestiu um vestido preto de seda da Dolce & Gabbana, com luvas de ópera, durante a estreia de “Without Blood” no Festival Internacional de Cinema de Toronto. Já no Festival de Cannes, também marcou presença com looks assinados pela grife em edições anteriores.
Isabella Rossellini: Estrelou a campanha outono/inverno de 1989–1990 e voltou à passarela da marca em 2019, desfilando ao lado da filha e do neto. Em 2025, participou do Oscar com um vestido exclusivo da Dolce & Gabbana.
Beyoncé: Em 2017, celebrou o dia das mães com um look coordenado Dolce & Gabbana ao lado de Blue Ivy. Em 2023, vestiu a marca em eventos da turnê “Renaissance”, no Festival de Cannes e em festas pós-Oscar.
Essas colaborações refletem a estratégia da Dolce & Gabbana de se associar a ícones culturais e do entretenimento, reforçando seu prestígio global e presença nos momentos mais emblemáticos da moda
A Dolce & Gabbana no mercado de luxo hoje
Com presença nas principais capitais da moda, a D&G segue firme em sua proposta de celebrar a tradição italiana, a família e a sensualidade. Sem abrir mão de sua identidade, a marca adapta seus códigos estéticos às tendências atuais e investe em campanhas marcantes, desfiles luxuosos e parcerias com artistas e celebridades.
Nos últimos anos, a grife se destacou por coleções de alta moda que valorizam o artesanato italiano. Em 2024, apresentou na Sardenha peças inspiradas na cultura local, como o tradicional pão “coccoi” e a técnica de tecelagem “pibiones”, reforçando seu compromisso com a herança cultural do país.
A marca também ampliou seu portfólio, incluindo perfumes, cosméticos e até uma linha para pets. Um dos lançamentos mais comentados foi o perfume “Fefé”, criado para cães, com fragrância sem álcool e frasco decorado com pata dourada de 24 quilates. Além disso, a marca tem investido em sustentabilidade e responsabilidade social, buscando reduzir o impacto ambiental e promover uma cadeia de produção mais ética, sem perder o luxo.
A Dolce & Gabbana no Brasil
A D&G chegou ao Brasil em 2004, inaugurando sua primeira loja no Shopping Iguatemi, em São Paulo. A escolha estratégica refletiu o crescente interesse do público brasileiro por moda de luxo e a afinidade cultural com a estética da marca. Atualmente, a grife italiana mantém boutiques em diversas cidades brasileiras, oferecendo aos clientes uma experiência de compra alinhada aos padrões internacionais:
São Paulo (2 Lojas)
Brasília
Goiânia
Belo Horizonte
Campinas
Curitiba (2 lojas)
Fortaleza
Porto Alegre
Recife
Rio de Janeiro (2 lojas)
Salvador

A expansão da marca no Brasil reforça seu compromisso com o mercado latino-americano, adaptando-se às preferências locais sem perder sua identidade italiana. Para informações atualizadas sobre endereços e horários de funcionamento, recomenda-se consultar o localizador oficial de lojas da marca.
Para quem ama a moda, o livro Universo da moda: Dolce & Gabbana de França Sozzani é imperdível! Com fotos exclusivas e a história da grife, ele é perfeito para quem quer conhecer mais sobre esse ícone.
A trajetória da grife Italiana é um verdadeiro ícone da moda, marcada pela paixão pela beleza, criatividade e ousadia. A marca italiana conquistou o mundo com sua estética única e continua a influenciar o setor com suas coleções inovadoras. A marca ensina que a moda é uma forma de expressão poderosa, capaz de transmitir emoções, contar histórias e celebrar a diversidade. E nos inspira a abraçar a individualidade, ousar e nunca desistir dos nossos sonhos.
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